Publicado originalmente em 2023.
Entre as estatísticas de crise mental da atualidade e as críticas de que esta é uma geração hipersensível, o que se vê é, na verdade, escassez de sabedoria que faz implodir as emoções. Carecemos de um roteiro sadio para emoções saudáveis. E o encontramos nas Escrituras. Não uma fuga ou omissão da vida emocional, mas seu cultivo sábio. Que reconhece as emoções em toda sua policromia.
As pessoas olham para o espelho para ver como está sua aparência; e olham para os salmos para descobrir quem são. — Eugene Peterson
Os salmos são como um tratado de anatomia (poética) da alma. Tecem vocabulário pra celebrarmos alegria exuberante (SI 100.1) e pra enfrentarmos angústia profunda (SI 88.3-4. Reconhecem que a vida aqui e agora cambaleia entre o clarão e a escuridão.
A arte assume este papel. Como se recortasse e ampliasse nossas experiências para traduzir as nuances do que vivenciamos. As artes tanto nutrem quanto refletem nossas emoções policromáticas.
A arte nos ajuda a:
Expressar emoções positivas reencantando nossas experiências.
Lidar com emoções negativas servindo como lugar seguro para dor e espaço para cura.
Porém, as emoções não têm protagonismo aqui, como costuma ser na cultura contemporânea. O protagonista é o próprio Deus, o interlocutor que ouve e fala às nossas emoções mais plurais. E refina nosso coração. Os salmos nos ajudam a ir até o Senhor, e com Ele permanecer, expondo a alma com honestidade, transparência — beleza.
Pra você, a arte disciplina, ajusta e afina suas emoções à realidade da presença e cuidado do Eterno?